terça-feira, 8 de setembro de 2015

Quando a ficha cai - Meu filho é autista

Receber o diagnóstico de autismo para a maioria dos pais é desesperador, no meu caso foi um alívio.

O mais importante e mais marcante não é quando se recebe o diagnóstico, é quando a ficha cai. É quando finalmente entendemos o que está acontecendo e o que precisa ser feito.

Quando a ficha cai - Meu filho é autista

No post anterior expliquei toda a minha trajetória até conseguirmos o laudo. Soube muito antes do laudo que meu filho era Asperger, mas até a ficha cair passei por muitas fases, e pelos relatos que acompanho é igual ou semelhante para a maioria das famílias.

Primeiro veio a fase das perguntas: Porque? Porque eu? Porque meu filho? Porque comigo? Onde eu errei? A culpa é minha? Como será daqui pra frente?

Até aí havia uma pontinha de esperança de que fosse só um pesadelo, ou que eu estivesse errada.

Mas as evidências eram grandes e chegou um momento que eu vi que não tinha jeito, constatei a Síndrome mesmo sem um parecer médico.

Então veio a fase do luto. Você me pergunta luto? Sim. Luto. A gente entende que aquele filho que idealizamos não existe, somos obrigados a enterrar aquele ideal de filho, nossos sonhos e expectativas.

Depois disso eu passei por uma fase de culpa, passei a me sentir mal por não tê-lo entendido e compreendido antes, por não ter olhado pra ele como muitas vezes ele queria e precisava. Pensei muitas vezes em como ele sofreu por não ter sido compreendido. Pra mim essa foi a pior fase, a que mais sofri. Me lembro de um dia tê-lo abraçado bem forte e aos prantos pedir perdão a ele por várias vezes, por não ter entendido que muitas atitudes dele eram na verdade um pedido de ajuda, de socorro, que era a maneira que ele tinha de dizer que não estava bem e que precisava de mim. Me senti a pior mãe do mundo.

Depois veio a fase da aceitação, aceitação de fato. Foi quando passei a olhar pra ele e ver a criança maravilhosa que eu tinha. Foi quando entendi que ele precisava de mim, e que precisava de mim bem. Foi quando levantei a cabeça e decidi que seria outra mãe, outra mulher, outra pessoa. Foi quando a ficha caiu.

A partir daí mergulhei de cabeça no universo autista. Passei a ler artigos e matérias diariamente, assistir vídeos, filmes, entrei em vários grupos falando sobre autismo para me abastecer de toda informação possível afim de ajudá-lo. Mas percebi que isso não era o suficiente.

Entender o autismo não era o bastante, era preciso entender o meu autista, o meu anjo azul, pois cada um é único. Passei a observá-lo e me aproximar de forma mais intensa, queria entender como ele pensava, entendia e percebia o mundo. E tudo começou a ficar mais fácil pra mim, acredito que a partir daí ele se sentiu parte de tudo, começou a se sentir compreendido.

Tudo começou a fazer sentido pra mim, entendi que cada um tem seu tempo e seu jeito de ser, e que isso precisa ser respeitado. Aprendi a exercitar a paciência e que o amor supera tudo. E que não importa quanto tempo leve para alcançarmos um objetivo, e muito menos qual o caminho a percorrer, o importante é chegar lá.

Até a próxima.

Um comentário:

  1. e bem assim mesmo ate minha ficha cair foi dificil tambem ainda mais quando voçe tem ja um filho normal ai derrepente voçe tem outra criança que nasçe praticamente normal e aos 2 anos começa a labuta de varias convulcoes ate chegar ao laudo foi dificil teve ate medicos que falavam que era manha mais afinal descobri que meu filho era um autista fiquei sem chao sem tudo tudo desabou so deus mesmo pra me dar forças hoje ja estou bem depois de muitas lagrimas deus me deu colo hoje ele esta uma criança linda ja com 13 anos a cada dia vencendo obstaculos frequenta a apae de franca foram uns anjos na minha vida pois a escola normal nao quizeram ficar com ele vou parando por aqui pois quando falo dele me impolgo rssss

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